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LANÇAMENTO DA COLETÂNEA “EXPERIMENTOS E REFLEXÕES SOBRE A PRÁTICA NO ENSINO DE HISTÓRIA”

   Organizado pela Coordenação do Programa de Mestrado ProfHistória/UFPB, na gestão das professoras Cláudia Cristina do Lago Borges e Priscilla Gontijo Leite, a Coletânea “Experimentos e reflexões sobre a prática no ensino de História”, publicada pela Editora do CCTA/UFPB, é composta por quatro volumes e tive a participação de 10 organizadora/es e 69 autoras/es e coautoras/es de diversas regiões do Brasil.    O trabalho da publicação demonstra o esforço e qualidades significativas na produção do conhecimento próprio da área de Ensino da História. Em tempos de obscurantismo e de ataques constantes à Ciência, à Academia e à Educação, os trabalhos da coletânea indicam que o caminho do conhecimento é sempre o mais seguro.    A Coletânea terá seus lançamentos através do Canal do ProfHistória/UFPB na plataforma do YouTube, entre os dias 25 e 30 de março sempre a partir das 18hs, contando com a participação das/os organizadoras/es e das/os autoras/es.   ...

QUANTO VALE A VIDA HUMANA?

Por, Prof  João Andrade. Foto: Sebastião Salgado. Crianças nascidas no campo de detenção Whihead para refugiados vietnamitas. Hong Kong. 1995 É interessante o quanto essa pergunta é relativizada pela própria humanidade. Sentimentos, ideias, projetos, um sem número de coisas são trazidas para esse debate. Mas quando olhamos para a história de nossa espécie, o que vemos é, no mínimo, espantoso. No decurso do tempo, e durante muitas eras, nem mesmo tínhamos o conceito que nos definíssemos como “humanos”. Somente a tragédia das guerras, da revelação da mais pura e visceral face da violência humana, nos tem feito buscar ou definir contornos para essa figura etérea que é o ser humano. Novamente, uma guerra em decurso na Velha Europa, palco de infindáveis conflitos, no impele a refletir sobre o modelo de mundo que desejamos e que estamos construindo. Mais uma vez os pensamentos de Maniqueu são ressuscitados e somos forçados a buscar dividir o mundo em 2 lados: o certo e o errado; o herói ...

Anotações sobre Patrimônio Histórico

Por,  Prof. João Andrade. O conceito de patrimônio histórico começou a ser disseminado a partir do século XIX (19), após a Revolução Francesa (1789), quando se buscou elementos que pudessem realmente definir qual a identidade de um povo. Esse patrimônio representa os bens materiais e/ou naturais que possuem importância na história de uma determinada sociedade ou de uma comunidade, e podem ser prédios, ruínas, estátuas, esculturas, templos, igrejas, praças, ou até mesmo parte de uma cidade, como temos por exemplo, o Centro Histórico de várias capitais de nosso país e de cidades também localizadas no Interior. No Brasil, temos um marco muito importante com relação à própria definição daquilo que podemos considerar como Patrimônio Histórico: trata-se da criação, no ano de 1937, do pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). O IPHAN, ao logo de sua existência, tem contribuído decisivamente para o delineamento do que é o patrimônio histórico assim co...

SOBRE A POSSIBILIDADE DE PROFESSORES COM DOIS VÍNCULOS NO ESTADO DA PARAÍBA PODEREM AMPLIAR SUA CARGA HORÁRIA EM UMA OU DUAS MATRÍCULAS

Texto: Profs.Thiago Rodrigues e Felipe Baunilha.  Revisão: Prof. João Andrade.   1. A Carga horária complementar ( que conhecemos por dobra e a SEECT chama de GHA ) é facultativa: o Estado pode ofertar ao docente e o docente pode aceitar (artigo 16 da lei 7419/2003 – PCCR do Magistério Estadual). Esta carga horária complementar (jornada diferenciada) só se torna direito adquirido após o professor completar 12 anos e 6 meses com a mesma carga horária;   2. Um grande debate que está sendo suscitado é: um professor pode ou não ter carga horária superior a 60 horas semanais . A legislação vigente ( artigo 37 da Constituição Federal, inciso XVI, súmulas do STJ e do TCU, e parecer da própria Advocacia Geral da União - AGU que revoga o teto de 60 horas ), já é bastante clara: DESDE QUE COMPROVADA A COMPATIBILIDADE DE HORÁRIOS, PROFESSORES PODEM SIM TER CARGA HORÁRIA ACIMA DE 60 HORAS. Confira aqui matérias sobre o tema:   Artigo: Acumulação lícita de cargos não está ...

POR QUE DEVEMOS FALAR SOBRE ASSÉDIO???

Por: João Andrade.  Professor, Historiador e Ativista.  @joaoandradedh   Antes de mais nada precisamos ter uma ideia básica sobre o que significa a palavra Assédio. O dicionário de português da Google, proporcionado pela Oxford Languages , nos oferece as seguintes definições para o termo: 1.    operação militar, ou mesmo conjunto de sinais ao redor ou em frente a um local determinado, estabelecendo um cerco com a finalidade de exercer o domínio . 2.        (FIGURADO/SENTIDO)•FIGURADAMENTE: insistência impertinente, perseguição, sugestão ou pretensão constantes em relação a alguém. Bom, já de começo, podemos destacar que o termo assédio tem um sentido literal: exercer domínio, seja isso como objetivo militar, seja nas relações interpessoais na vida social ou no trabalho, por exemplo. E aqui entra as motivações da escrita dessas linhas: o que nos leva a praticar assédio contra quem quer que seja? E por que não reagimos? Por ...

PRESENTE DE GREGO: UM CAVALO RECHEADO DE TRAIÇÃO NA SERRA DE ARARUNA!

Por: João Andrade.  Professor, Historiador e Ativista.  @joaoandradedh Conta-se que há muitos séculos, houve um grande e longo cerco à cidade de Íllion (Troya para os romanos) que possuía muralhas intransponíveis, e somente foi vencida por um estranho presente dos invasores gregos: uma estátua de cavalo gigantesco, animal que os troianos amavam. Acreditaram que era uma oferenda de declaração da derrota dos exércitos gregos, não contaram que a estátua estava recheada de guerreiros que ao cair da noite, tomaram a cidade, queimaram e saquearam tudo o que puderam, entre outros horrores. Relembro esse evento porque, há algum tempo atrás fiz uma breve análise sobre as eleições de 2020 aqui na cidade de Araruna, Paraíba. Àquele tempo o atual prefeito foi reeleito por uma margem bem pequena de diferença e seus apoiadores e correligionários adotaram a alcunha de “cavalos” por conta do número da sua legenda partidária, o 11, que no jogo do bicho, tradicional contravenção tupiniquim, é...

E SE, DO NADA, DEIXARMOS DE ACREDITAR NA HISTÓRIA?

Por: João Andrade.  Professor, Historiador e Ativista.  @joaoandradedh Nesses últimos tempos, difíceis, conturbados, mas não inéditos, estamos sendo levados, a encarar nossas principais mazelas e nossos principais erros enquanto sociedade global e espécie integrante deste pequeno planeta que chamamos de Terra. E esse momento me leva a pensar: como nada do que estamos vendo é incomum, o que aconteceu com a memória e a história de nosso mundo? Não foi escrita? Os mnemons (homens da memória) esqueceram o que viram ou ouviram? Houve um “apagão” generalizado, causando perda coletiva dos sentidos sobre a realidade? Não foi possível apreender e aprender nada com o passado? Os livros foram rasgados? As vozes foram caladas? As perguntas se espraiam longamente, como um horizonte que foge ao caminhante que persegue a linha tênue que limita sua visão. Mas a jornada, me parece, começa a ficar tediosa e cansativa quando não sabemos onde queremos chegar ou, ao menos, que caminho tomar. ...