Pular para o conteúdo principal

Postagens

PRESENTE DE GREGO: UM CAVALO RECHEADO DE TRAIÇÃO NA SERRA DE ARARUNA!

Por: João Andrade.  Professor, Historiador e Ativista.  @joaoandradedh Conta-se que há muitos séculos, houve um grande e longo cerco à cidade de Íllion (Troya para os romanos) que possuía muralhas intransponíveis, e somente foi vencida por um estranho presente dos invasores gregos: uma estátua de cavalo gigantesco, animal que os troianos amavam. Acreditaram que era uma oferenda de declaração da derrota dos exércitos gregos, não contaram que a estátua estava recheada de guerreiros que ao cair da noite, tomaram a cidade, queimaram e saquearam tudo o que puderam, entre outros horrores. Relembro esse evento porque, há algum tempo atrás fiz uma breve análise sobre as eleições de 2020 aqui na cidade de Araruna, Paraíba. Àquele tempo o atual prefeito foi reeleito por uma margem bem pequena de diferença e seus apoiadores e correligionários adotaram a alcunha de “cavalos” por conta do número da sua legenda partidária, o 11, que no jogo do bicho, tradicional contravenção tupiniquim, é...

E SE, DO NADA, DEIXARMOS DE ACREDITAR NA HISTÓRIA?

Por: João Andrade.  Professor, Historiador e Ativista.  @joaoandradedh Nesses últimos tempos, difíceis, conturbados, mas não inéditos, estamos sendo levados, a encarar nossas principais mazelas e nossos principais erros enquanto sociedade global e espécie integrante deste pequeno planeta que chamamos de Terra. E esse momento me leva a pensar: como nada do que estamos vendo é incomum, o que aconteceu com a memória e a história de nosso mundo? Não foi escrita? Os mnemons (homens da memória) esqueceram o que viram ou ouviram? Houve um “apagão” generalizado, causando perda coletiva dos sentidos sobre a realidade? Não foi possível apreender e aprender nada com o passado? Os livros foram rasgados? As vozes foram caladas? As perguntas se espraiam longamente, como um horizonte que foge ao caminhante que persegue a linha tênue que limita sua visão. Mas a jornada, me parece, começa a ficar tediosa e cansativa quando não sabemos onde queremos chegar ou, ao menos, que caminho tomar. ...

AS DISPUTAS DA MEMÓRIA NA CIDADE DE ARARUNA... OU A MISTURA ESTRANHA ENTRE PODER, POLÍTICA E MEMÓRIA DO POVO!

Vista da Praça João Pessoa e do Antigo Mercado Público em 1953.  Foto: Edite Macêdo. Fonte:  https://www.araruna.pb.gov.br/noticias/mercado-cultural.html Por: João Andrade.  Professor, Historiador e Ativista.  @joaoandradedh Uma coisa interessante sobre a política e o exercício do poder é a construção da memória ou, ao menos, a manipulação dela, pois uma coisa que parece ser uma verdade é que nosso povo não cultiva muito bem essa tão necessária habilidade. É muito comum, inclusive para o que escreve essas linhas, nos envolvermos muito apaixonadamente nos momentos eleitorais, que em nossa democracia tupiniquim acontecem regularmente a cada dois anos desde que nossa Constituição foi Promulgada em 1988, mas mesmo assim, ao retornarmos para a “vida cotidiana” relegamos ao esquecimento todos os sentimentos e ideias que nos moveram nos “tempos de campanha”. Outra coisa que vemos confirmar essa tese é a afirmação: esqueçamos a eleição, ela já passou, precisamos des...

MAS SERÁ O BENEDITO? A HISTÓRIA DE UM GRANDE HERÓI DA LUTA CONTRA A ESCRAVIDÃO NO BRASIL

Zumbi foi o maior líder e Rei de Quilombos na história do Brasil, infelizmente, nem sempre, temos a oportunidade de conhecer outros heróis e líderes. Essa Thread vai contar a saga de um deles, Benedito Meia-Légua, que assombrou os escravagistas anos antes da abolição Seu nome original era Benedito Caravelas e viveu até 1885, um líder nato e bastante viajado, conhecia muito do nordeste. Suas andanças conferira-lhe a alcunha de "Meia-légua". Andava sempre com uma pequena imagem de São Benedito consigo, que ganhou um significado mágico depois. Ele reunia grupos de negros insurgentes e botava o terror nos fazendeiros escravagistas da região, invadindo as Senzalas, libertando outros negros, saqueando e dando verdadeiros prejuízos aos racistas. Contam que ele era um estrategista ousado e criativo, criava grupos pequenos para evitar grandes capturas e atacavam fazendas diferentes simultaneamente. A genialidade do plano era que o líder de cada grupo se vestia exatamente como ele. Sem...

SOBRE O CAVALO DE TRÓIA E AS ELEIÇÕES EM ARARUNA - PB

Por: João Andrade.  Professor, Historiador e Ativista.  @joaoandradedh . “ Trojan Horse — Salvador Dali (after) Lithograph ” Homero, poeta grego que viveu há mais de 3.000 anos, nos relegou a história da grande batalha pela cidade de Íllion, que foi chamada depois de Tróia. Muitos atos heroicos tiveram lugar no longo cerco grego aquela esplendorosa e orgulhosa cidade. Entre tantos eventos, o que mais ficou marcado da história contada por Homero foi a forma como os gregos conseguiram entrar nas inexpugnáveis muralhas da cidade: construíram um cavalo com restos de navios, e o encheram de guerreiros. Eis o famoso Cavalo de Tróia, foi ele o responsável pela completa destruição do lugar, tanto que até os dias atuais são procuradas evidências sobre sua verdadeira localização. Faço essa pequena introdução para refletir sobre os eventos que culminaram no último dia 15 de novembro, na reeleição do atual prefeito de Araruna. Aos incautos ou desinformados vale lembrar que disputaram a ...

Sobre a Greve Geral da Educação e as Jornadas Populares de Maio de 2019.

Por João M. C. e Andrade Professor de História e Química Especialista em Direitos Fundamentais e Democracia. Fundador do Centro de Referencias em Direitos Humanos do Agreste da Paraíba. Fonte: https://une.org.br/wp-content/uploads/2019/05/Sa%CC%83o-Paulo-SP.jpg Nesses dias de grande mobilização popular, quando um tema é capaz de convulsionar a nossa sociedade, é comum ouvirmos os mais diversos discursos sobre o movimento, as razões, os motivos e justificativas. É evidente que sopesam sobre as falas o lugar social de cada um e, ainda, a pressão exercida pelas forças que se contrapõem na Luta de Classes.

Aos radicais a ignominia.(1ª parte)

“A democracia não é o sistema em que todos são éticos. É o sistema onde os não-éticos são punidos”. Essa declaração é de Leandro Karnal.  Talvez seja uma das mais interessantes, se não a mais clara, definição sobre a democracia a que tive acesso nos últimos tempos. O importante nessa definição é a sinceridade. Claro, em tempos tão obscuros nos quais nos encontramos, parece até mesmo estranho falar dessa qualidade tão mal interpretada e deturpada durante a História humana. De forma bastante resumida podemos considerar que a sinceridade trata de vermos as coisas como elas são de fato, e não a partir de estereótipos construídos para nos dar sensações de segurança, poder, prazer… E, a partir das experiências que temos com o mundo ao nosso redor, constituirmos juízos de valor sobre as coisas e as pessoas. Mas, infelizmente, a licença para o uso da sinceridade é algo extremamente perigoso, principalmente em tempos de recrudescimento de discursos fascistas e que pre...