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Mostrando postagens de maio, 2021

PRESENTE DE GREGO: UM CAVALO RECHEADO DE TRAIÇÃO NA SERRA DE ARARUNA!

Por: João Andrade.  Professor, Historiador e Ativista.  @joaoandradedh Conta-se que há muitos séculos, houve um grande e longo cerco à cidade de Íllion (Troya para os romanos) que possuía muralhas intransponíveis, e somente foi vencida por um estranho presente dos invasores gregos: uma estátua de cavalo gigantesco, animal que os troianos amavam. Acreditaram que era uma oferenda de declaração da derrota dos exércitos gregos, não contaram que a estátua estava recheada de guerreiros que ao cair da noite, tomaram a cidade, queimaram e saquearam tudo o que puderam, entre outros horrores. Relembro esse evento porque, há algum tempo atrás fiz uma breve análise sobre as eleições de 2020 aqui na cidade de Araruna, Paraíba. Àquele tempo o atual prefeito foi reeleito por uma margem bem pequena de diferença e seus apoiadores e correligionários adotaram a alcunha de “cavalos” por conta do número da sua legenda partidária, o 11, que no jogo do bicho, tradicional contravenção tupiniquim, é...

E SE, DO NADA, DEIXARMOS DE ACREDITAR NA HISTÓRIA?

Por: João Andrade.  Professor, Historiador e Ativista.  @joaoandradedh Nesses últimos tempos, difíceis, conturbados, mas não inéditos, estamos sendo levados, a encarar nossas principais mazelas e nossos principais erros enquanto sociedade global e espécie integrante deste pequeno planeta que chamamos de Terra. E esse momento me leva a pensar: como nada do que estamos vendo é incomum, o que aconteceu com a memória e a história de nosso mundo? Não foi escrita? Os mnemons (homens da memória) esqueceram o que viram ou ouviram? Houve um “apagão” generalizado, causando perda coletiva dos sentidos sobre a realidade? Não foi possível apreender e aprender nada com o passado? Os livros foram rasgados? As vozes foram caladas? As perguntas se espraiam longamente, como um horizonte que foge ao caminhante que persegue a linha tênue que limita sua visão. Mas a jornada, me parece, começa a ficar tediosa e cansativa quando não sabemos onde queremos chegar ou, ao menos, que caminho tomar. ...

AS DISPUTAS DA MEMÓRIA NA CIDADE DE ARARUNA... OU A MISTURA ESTRANHA ENTRE PODER, POLÍTICA E MEMÓRIA DO POVO!

Vista da Praça João Pessoa e do Antigo Mercado Público em 1953.  Foto: Edite Macêdo. Fonte:  https://www.araruna.pb.gov.br/noticias/mercado-cultural.html Por: João Andrade.  Professor, Historiador e Ativista.  @joaoandradedh Uma coisa interessante sobre a política e o exercício do poder é a construção da memória ou, ao menos, a manipulação dela, pois uma coisa que parece ser uma verdade é que nosso povo não cultiva muito bem essa tão necessária habilidade. É muito comum, inclusive para o que escreve essas linhas, nos envolvermos muito apaixonadamente nos momentos eleitorais, que em nossa democracia tupiniquim acontecem regularmente a cada dois anos desde que nossa Constituição foi Promulgada em 1988, mas mesmo assim, ao retornarmos para a “vida cotidiana” relegamos ao esquecimento todos os sentimentos e ideias que nos moveram nos “tempos de campanha”. Outra coisa que vemos confirmar essa tese é a afirmação: esqueçamos a eleição, ela já passou, precisamos des...

MAS SERÁ O BENEDITO? A HISTÓRIA DE UM GRANDE HERÓI DA LUTA CONTRA A ESCRAVIDÃO NO BRASIL

Zumbi foi o maior líder e Rei de Quilombos na história do Brasil, infelizmente, nem sempre, temos a oportunidade de conhecer outros heróis e líderes. Essa Thread vai contar a saga de um deles, Benedito Meia-Légua, que assombrou os escravagistas anos antes da abolição Seu nome original era Benedito Caravelas e viveu até 1885, um líder nato e bastante viajado, conhecia muito do nordeste. Suas andanças conferira-lhe a alcunha de "Meia-légua". Andava sempre com uma pequena imagem de São Benedito consigo, que ganhou um significado mágico depois. Ele reunia grupos de negros insurgentes e botava o terror nos fazendeiros escravagistas da região, invadindo as Senzalas, libertando outros negros, saqueando e dando verdadeiros prejuízos aos racistas. Contam que ele era um estrategista ousado e criativo, criava grupos pequenos para evitar grandes capturas e atacavam fazendas diferentes simultaneamente. A genialidade do plano era que o líder de cada grupo se vestia exatamente como ele. Sem...